2019.1

 


Sessão: Torre de Marfim (Ivory Tower)

Data: 22 de março de 2019

Palestrante: Prof. Felipe Amin Filomeno, ex- aluno e ex-professor da UFSC, atualmente professor da University of Maryland Baltimore County

Informações adicionais:

O documentário apresenta problemas das universidades dos EUA. Podemos aproveitar e discutir os problemas da universidade no Brasil.

O documentário Torre de Marfim (Ivory Tower) apresenta vários problemas das universidades dos EUA. As universidades dos EUA têm problemas? Comparado com as universidades brasileiras, as universidades americanas têm problemas? Sim, tem problemas e os americanos estão preocupados e discutindo, sendo este documentário um bom exemplo. E nas universidades brasileiras, há muitas reclamações mas pouca discussão de seus problemas. Alguns problemas das universidades americanas são abordados no documentárioTorre de Marfim. Há problemas financeiros das universidades frente a redução de recursos governamentais. Há também problemas financeiros dos estudantes que tem que pagar taxas escolares, se endividam e não tem condições que suportar o crescimento da dívida. Há também problemas pedagógicos, e este é um assunto interessante abordado pelo documentário. O rendimento acadêmico está declinante com reprovações, aumento do tempo de conclusão, abandono e insegurança quanto a garantia de um futuro profissional promissor como no passado, quando um diploma universitário era passaporte para a classe média ascendente. Várias experiências são reportadas para lidar com este problema. Universidades procuram alternativas, seja com maior emprego de tecnologia, como a massificação do ensino à distância (Mooc – Massive Open Online Courses), seja com trabalho manual (experiência do Deep Springs College), seja com crítica às experiências alternativas.
O documentário passa a ideia, seja generalizada ou restrita a alguns setores da academia, de preocupação com o presente e futuro das universidades, de um lado, e as novas experiências, ainda sem resultados definitivos, para lidar com os problemas pedagógicos das
universidades e lidar com as novas demandas e expectativas dos jovens universitários, de outro lado. O documentário não é uma crítica às universidades, pelo contrário, sua conclusão é pela manutenção e, principalmente, renovação das universidades. Seria bom que assistir um
documentário sobre as universidades brasileiras que promovesse uma boa discussão sobre sua manutenção, principalmente como resistência às críticas destrutivas, e sua renovação, para lidar com as novas necessidades, novas demandas e novas expectativas da juventude
brasileira.


 

Sessão: O que você faria?

Data: 10 de maio de 2019
Palestrante: Profa. Solange Marin
Informações adicionais:
Quais os limites éticos para conseguir um bom emprego na economia capitalista?
Produção espanhola, em associação com a Argentina e a Itália, O Que Você Faria? (El método, no original) tem roteiro baseado na peça teatral El método Gronholm de Jordi Galcera. Dois contextos devem ser observados. O contexto externo é da cidade de Madri, possivelmente em finais de 1990s e início de 2000s, em dia de manifestação anti-globalização contra as recomendações de políticas do FMI e do Banco Mundial e, como mostrado em cartazes, por um mundo melhor. O contexto interno vivido pelos personagens é um processo de seleção de emprego para um alto cargo em empresa multinacional espanhola. Na sala reúnem-se seis candidatos, mais um espião da empresa que se passa por candidato, sendo que este não é identificado, apenas informado a todos, o que gera a primeira desconfiança mútua e o primeiro desafio para identificá-lo. A empresa anuncia que utilizará o método Gronholm de recrutamento, com votação entre os pares para eliminação de um candidato a cada rodada de desafio. O inventado método militar aplicado a empresas impõe uma competição entre os candidatos para a eliminação do outro. Tem início, assim, rodadas de simulações em que candidatos devem defender sua permanência e, por fim, indicar qual deve ser eliminado em votação por haver conflito com objetivos da empresa. Ao longo do processo, os candidatos argumentam em defesa de suas qualidades para a empresa e apontam problemas e inadequações dos outros candidatos. No desenrolar do processo, utilizam também de expedientes espúrios para se manter na disputa, assim como a empresa, com seu método heterodoxo, controla a competição também por meios espúrios.