2019.2

Sessão: Schumpeter, o homem que descobriu o capitalismo

Data: 23 de agosto de 2019

Palestrante: Prof. Luiz Carlos de Carvalho

Informações adicionais:

Por que reverenciar Schumpeter nos dias de hoje? Por que considerar Schumpeter como ‘o homem que descobriu Capitalismo’, como o título do documentário a ser apresentado? Por que considerar Schumpeter a versão de direita de Karl Marx, como colocado por Giovanni Dosi no documentário? Quando fizer qualquer operação em seu smart fone, faça uma homenagem a Schumpeter, ele não foi o inventor
do aparelho, mas sim propôs a ideia de que a qualidade do Capitalismo está em revolucionar a economia e a vida dos indivíduos com uma força endógena: a inovação constante.
O documentário apresenta a vida excêntrica de J. A. Schumpeter que queria ser o economista mais famoso de seu tempo. Trabalhou muito como professor de Economia, primeiro na sua Áustria natal e posteriormente nos EUA, na Harvard University, escreveu várias obras que são referência básica na literatura econômica. Schumpeter conseguiu algo raro na história das ideias econômicas, é mais famoso contemporaneamente do que em seu próprio tempo. Vivemos hoje o tempo que Schumpeter profetizou: o que o Capitalismo tem de melhor é a inovação como sua força motriz, a impulsionadora da competição de empresas e nações, o elemento intrínseco da dinâmica econômica e de nossas vidas. Profetizou a inovação como característica do desenvolvimento econômico.
Schumpeter também propôs a visão de inovação como uma ‘destruição criativa’, sua expressão mais famosa. Estava ciente de que a inovação constrói novos produtos, processos e métodos e também destrói, via competição, produtos e hábitos existentes. Tinha a visão de que o desenvolvimento econômico não é meramente quantitativo mas sim transformador. Tinha também a visão otimista, e ao mesmo tempo polêmica, de que a construção feita pela inovação é maior do que a destruição, de que o impacto positivo da inovação é maior do que o impacto negativo de destruir velhos modos de produzir, consumir e viver. De um lado, lamentamos aqueles que perderam emprego para uma
máquina, de outro lado, usamos, consumimos e gostamos das máquinas maravilhosas que nos livram de trabalho exaustivos e chatos e nos dão liberdade para fazer outras atividades mais criativas.
O tempo que não perdemos mais lavando roupa ou louça, o lazer que temos ao apertar um botão do smart fone e ver uma tela colorida e maravilhosa devemos, em parte, a Schumpeter. Para conhecer melhor a excêntrica figura deste professor de Economia, vale a pena assistir ao documentário sobre vida, obra e contribuições de Schumpeter para entendermos melhor o Capitalismo.

 


 

Sessão: de Meiembipe a Chuquisaca: a descoberta do Império Inca.

Data: 28 de outubro de 2019

Palestrantes: Diretora e produtora do filme Carolina Borges de Andrade e do prof. Armando de Melo Lisboa.

Informações adicionais:

O documentário, em curta metragem, da produtora, roteirista e diretora Carolina Borges de Andrade, é uma excelente oportunidade para se conhecer uma história pouco contada mas que está na origem da formação da América e do Brasil. É a saga do espanhol Aleixo Garcia, que de náufrago acolhido pelos povos indígenas Guarani, empreendeu uma expedição para o interior em busca das riquezas que atraíam os
europeus e eram naturais para os nativos. Ao longo da expedição vai se formando uma história pouco conhecida, mas que o documentário resgata através de imagens do trajeto de leste a oeste de Santa Catarina, Paraná, Paraguai e Bolívia, de ilustrações de reconstituição de época e de entrevistas de historiadores que pesquisaram o tema. A qualidade do documentário está em reunir várias formas de se contar a história e, assim, fazer conhecer um momento inicial de nossa formação enquanto região, nação e continente.
Há várias histórias na expedição de Aleixo Garcia contadas no documentário. Destaco a história econômica de como a noção de riqueza mercantilista predominante no século XVI, baseada na acumulação de ouro e prata, impulsionou principalmente portugueses e espanhóis a desbravarem um continente em busca da fonte da riqueza. Nesta jornada mercantilista fizeram a integração, conjuntamente com dizimação dos povos indígenas, do continente. É uma história sangrenta, mas que não deve ser escondida mas sim contada. O documentário nos estimula a conhecer mais esta história.